As trabalhadoras de uma fábrica que produz faróis de bicicleta para marcas europeias exigem desde 30 de abril o pagamento das verbas devidas pelos patrões. Na semana passada, a polícia entrou na fábrica e levou 9 pessoas.
A fábrica New An Lun Lamp situa-se em Shenzen na capital de Taiwan. As cerca de 100 trabalhadoras não recebem as contribuições para os fundos de reforma e habitação, nem as horas extraordinárias ou os subsídios por doença, maternidade ou casamento a que têm direito por lei. As grevistas reclamam os descontos para as pensões a que têm direito e deixaram de ser pagos há sete ou mesmo doze anos, conforme os casos.
As trabalhadoras acusam a gestão da fábrica de aplicar regras ditatoriais, como o fechamento das casas de banho durante o horário de trabalho e uma sala em regime de “solitária” para quem não atinja os objetivos de produtividade. O protesto começou depois de uma trabalhadora sujeita a este tratamento durante um dia inteiro ter desmaiado e sido hospitalizada em seguida.
Segundo o portal Labor Notes, o protesto nesta fábrica foi sempre pacífico, as trabalhadoras pernoitam desde 30 de abril para evitar a saída do material que fornece as marcas alemãs de bicicletas Messingschlager e Buchel ou a holandesa AXA. Os patrões enviaram alguns jagunços no dia 11 para tentar retirar o material, mas as trabalhadoras enfrentaram-nos e conseguiram evitar o roubo.
No dia 13 de maio, os patrões deram ordem de demissão a 13 trabalhadoras (entre elas seis representantes eleitas) e a polícia entrou na fábrica, prendendo 9 pessoas. Duas delas, incluindo a representante eleita pelas trabalhadoras, ficaram detidas uma semana. Dias depois, a administração despediu sete pessoas, incluindo cinco das detidas e uma outra representante eleita.
Neste vídeo gravado por telemóvel durante a ação policial de dia 13, pode ver-se algumas trabalhadoras agarradas às pernas de responsáveis pela gestão, numa tentativa de os impedir de retirarem o material.
Fonte: esquerda.net